segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Dia 19.
Até que ponto vale a pena ser você?

É engraçado como que com o passar do tempo as coisas vão se mostrando como realmente são. As coisas e as pessoas. Me pergunto até que ponto é bom ser bom, visto que as consequências para quem busca fazer o certo sem machucar os outros são sempre as piores. Até nos filmes e novelas que em seus finais que deveriam trazer uma lição de moral mostrando que o bem sempre compensa, começam a mudar o roteiro.
Eu passei a vida me fechando ao amor por medo de machucar alguém como meu pai machucou a minha mãe. Ver minha mãe chorando no quarto me fez prometer a mim mesmo nunca magoar mulher nenhuma na vida. Passei tanto tempo me escondendo atrás das árvores porque sempre foi mais confortável apenas ver a menina bonita passar ao invés de desejá-la boa tarde. Um cumprimento gera conversa, que gera amizade, que gera sentimento, daqui a pouco estamos saindo, namorando, morando juntos... Não. É melhor ficar à sombra observando-a se afastar e só sair do meu lugar quando não houver mais riscos de envolvimento. Parece paranoia para um homem de quase trinta anos, mas não é paranoia para um homem de quase trinta anos que entregou seu coração uma única vez e o recebeu em partes.
Ao ver minha mãe sofrendo pelos cantos, se escondendo pra parecer forte pra nós, eu me perguntava qual a vantagem de ser homem se nem de sua própria mulher se consegue cuidar. Mas no fim eu descobri que o problema não é ser homem, o problema é ser completamente vazio de sentimentos e não se importar com quem se importa com você. Até que ponto é bom caminhar como se estivesse pisando em ovos para que a outra pessoa, a pessoa com quem você se importa, a sua pessoa, não caia e se machuque? Até que ponto é bom medir as palavras para não ser mal interpretado e magoar o outro? Até que ponto é bom mostrar-se interessado, querer saber do dia, do trabalho, da faculdade, lembrar de datas, de dias, de minutos que podem até passar despercebidos, mas que são importantes para quem ama? Até que ponto é bom sacrificar seu coração para salvar o do outro? Eu não sei dizer. Eu não sei nem se é bom.
O amor pode ser cruel com a gente, nos fazendo repensar a vida inteira, desde criança, para tentar encontrar o pecado mortal que cometeu para merecer uma dor tão invisível e aguda. A gente para e não encontra porque na verdade nunca cometeu erro algum. “É a vida”, eles dizem. É a vida que tá aí pra nos derrubar no chão e não oferecer a mão para levantar. É para a vida que devemos oferecer a outra face e levar o tanto de porrada que ela quiser dar, porque é a vida, ela tem direito. Não adiantar cruzar os dedos, ajoelhar no milho, fazer promessa, consultar horóscopo nem rezar para todos os santos do catecismo. Quando a vida quer que seja, é; mas se ela quiser que não seja, sinto muito, já era. E se você teima em não deixar pra lá, vem a vida e te castiga com um soco no estômago. Se ainda assim você quer lutar, ela te dá uma rasteira pra te jogar longe de seu objetivo. A vida não aceita ser contrariada. 
Chega um momento que as lágrimas secam e o choro cessa. Mas até lá a força que, sabe-se lá de onde a gente é obrigado a tirar, tem que existir. É duro, é doído. Ver a sua pessoa com outra pessoa. Saber que, mesmo com todos os cuidados e esforços para que desse certo, ela simplesmente preferiu algo mais simples do que a sua complexidade. E dói lembrar que todo mundo sempre vai embora por não conseguir lidar com a sua complexidade. Até que ponto é bom contrariar a si mesmo só pra fazer a felicidade de outra pessoa? O amor não vale à pena se não houver sacrifício, mas os sacrifícios não valem à pena quando não reconhecidos. Até que ponto é bom ser diferente? Não ser só mais um cara de barba que tem pose de macho e passa horas na academia pra impressionar as menininhas? Um cara que realmente leu os livros que diz que leu, que viu os filmes que diz que assistiu, que malha na biblioteca e que pode recitar sua poesia preferida de trás pra frente só pra te ver sorrindo pra ele. Até que ponto é bom fingir que isso não te machuca quando na verdade você só quer se enfiar em um buraco e chorar alto? Até que ponto é bom bancar o homem forte que não sente dor ao ver a única pessoa que amou de verdade saindo pela sua porta da frente sem nem vacilar em olhar pra trás? Até que ponto é bom entregar-se ao amor?

Todo mundo sabe que é mais fácil com uma pessoa mais fácil, e isso é compreensível. Não dá pra mudar o que você é, se tornar um produto genérico para agradar e esquecer-se do você que só você conhecia. As pessoas se afastam com medo dos monstros que escondemos dentro do armário e isso também é compreensível. Mas, se quer saber de uma coisa, não importa quem vai embora cansado de você e de seus modos, usando das dificuldades para ser covarde. Importa é quem fica do seu lado apesar de qualquer coisa.  

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Dia 18
Amar 

Amores que me tiraram o fôlego eu tive aos montes. Amores que me fizeram ficar acordada uma noite inteira de tanta felicidade, eu também tive. Amores que me fizeram planejar até os nomes dos filhos, o ano do nascimento, a diferença de idade entre um e outro, tive também. Amores que me prometeram céu e terra, que me fizeram chorar de emoção, que me fizeram me sentir o melhor homem do mundo, tive. O que nunca tive foi um amor que perdesse o fôlego ao me ver. Nunca tive um amor que me mandasse mensagens bobas no meio da noite porque tava pensando em mim e não conseguia dormir. Nunca tive um amor que sentasse comigo e dissesse que os nomes dos filhos era por minha conta, mas ele daria a decisão final. Nunca tive um amor que se sentisse a melhor mulher do mundo só pelo fato de ter me conquistado. 
As pessoas que eu amei, só amaram uma metade de mim, ou talvez nem isso. É muito fácil amar o lado bom de alguém. Amar o gosto musical, as ligações no meio do dia, o jeito de se portar e vestir, o carinho com que trata os outros. Difícil é manter o amor firme quando vê sua pessoa ouvindo um tipo de música que você simplesmente despreza. É não perder um pouquinho do amor cada vez que sua pessoa promete ligar mas se esquece e ainda inventa mil e uma desculpas pra se justificar. Difícil é amar a pessoa ao vê-la acordando sem maquiagem, sem roupas de grife, toda descabelada e de pijama, tendo a certeza de que é com essa imagem que você quer acordar por todos os dias de sua vida. Amar é saber que a pessoa está errada e mesmo assim não se esquivar, não deixar amolecer, é estar pronto pra corrigi-la com a certeza de que isso não afetará o amor. Amar é se lembrar das pequenas coisas boas e se esquecer das grandes coisas ruins. Perdoar os atrasos, as falhas, as indecisões, porque amor também é perdão.
Amores que fazem feliz nos dias de sol são encontrados em cada esquina que se vira. O difícil é encontrar um amor que, não fará seu dia nublado clarear, mas tornará as nuvens a coisa importante do mundo só porque vocês estão juntos. Amar é vencer as dificuldades por valer a pena. É se distanciar quando necessário e grudar quando for preciso. É se mostrar presente em todos os momentos e se mostrar feliz, porque amar é felicidade. É bater o pé quando o outro quer esmorecer e não largar a mão. Amar às vezes é sacrificar muita coisa só pra poder simplesmente amar. 

domingo, 11 de agosto de 2013

Dia 17
Pai

As coisas significam mais do que aparentam. Para cada tapa na bunda existiu um empurrão no balança de pneu. Para cada dia ausente existiu um afago no fim da noite. Para cada despedida fria existiu uma chegada surpresa. Para cada noite de saudade existiu uma manhã no parquinho da praça. A vida aparenta mais do que significa. Para cada telefonema demorado existiu uma ausência na peça da escola. Para cada curativo depois da queda existiu uma palavra dita na hora errada. Para cada recado na escrivaninha existiu uma carta sem resposta. O amadurecimento exige da gente mais do que os livros nos contam.
Mas não importavam as quedas da bicicleta desde que você estivesse na calçada de casa me mandando levantar. E não importava chegar tarde do trabalho porque eu sabia que você passaria no meu quarto pra dar um beijo de boa noite. E não importavam os ciúmes quando você dava “carinho especial” pra alguém porque eu me jogava no chão pedindo atenção e você vinha correndo. Não importavam quantos telefonemas você não atendia porque você sempre ligava de volta com mil histórias para se desculpar e eu acreditava, mesmo sabendo que no fundo você só se esqueceu de ligar. Não importava quantos presentes você trazia no meu aniversário porque você nunca acertava o que eu queria e eu só queria você por mais meia hora. Não importava pra mim se repreendido por ter tirado nota baixa em matemática porque o que importava pra mim era que alguém se importava com o que eu fazia. Nunca me importou você trabalhar demais nem ir embora cedo demais porque eu sabia que você ia voltar.
No fim das coisas tudo se resume em dois lados e a gente só tem que escolher um. Tudo na vida tem pelo menos duas opções. Tudo na vida tem o lado bom e o lado ruim. Tudo pode ser isso ou aquilo ou talvez até aquilo outro. Mas no fim, no fim de tudo, é a gente quem escolhe o que vai seguir. Poderia ter escolhido o cara que se esgotou trabalhando e se esqueceu de algumas datas importantes, o diretor executivo de terno e gravata que não podia jogar bola naquele horário porque tinha reunião na empresa, o homem que perdeu muito por ser obcecado por coisas que no fundo nem tinham tanta importância assim. Mas eu pulei pro lado de lá. Escolhi o cara legal que me ensinou a nadar e a cuspir à distância. O cara que me ensinou a pagar o sorvete da menina que gostava e sempre respeitá-la antes de tudo. Escolhi o herói, o superman, homem de aço, o curador de todas as dores. Escolhi o homem que me ensinou a ser homem e me orgulhou de ser homem. Escolhi o meu pai.


Feliz dia dos pais! 

sábado, 20 de abril de 2013


Dia 16
Eu Poderia Ter Você

Eu poderia ter voltado atrás na última briga. Segurado pelo braço, pelos cabelos, pela perna, me jogado aos seus pés, meio exagerado. Eu poderia ter ligado às 03h54 quando o arrependimento me bateu como um soco na cara e tudo o que eu falei começou a me doer como doeu em você. Poderia ter engolido o orgulho junto com todo o álcool que ingeri sem pausas até cair no sono e corrido. Eu poderia ter mandado flores, chocolate, um carro de som, um avião com faixas pedindo desculpas. Poderia dormir na sua varanda, na chuva, no frio, esperar amanhecer e levantar um micro system na sua janela insistindo que você me ouvisse por mais 5 minutos. Eu poderia ser menos orgulhoso, menos carrancudo. Ouvir mais, falar menos, mostrar mais.
Eu poderia não te fazer chorar, não te fazer desejar nunca ter me conhecido e não te fazer se prometer que “essa é a última noite”. Eu poderia correr contra o mundo, ir ao seu encontro, parar um aeroporto com uma declaração e te pedir que, por favor, fique por mais um dia. Poderia estudar, me empenhar, trabalhar, e fazer com que você não tenha remorso por amar um joão ninguém viciado em cigarros e vinhos. Eu poderia mudar de rumo, escolher um time pra torcer, um livro favorito e um filme pro domingo. Ligar pra alguns amigos, tomar uma cerveja no fim de semana, ter ex-namoradas, lugares preferidos, fotos de viagens. Ser normal.
Eu poderia me programar, não faltar aos compromissos, chegar no horário, avisar do atraso, lembrar do aniversário de sua mãe, saber o nome de sua melhor amiga e conhecer sua família. Poderia ser clichê,  citar sua poesia favorita na cama, te levar a um show, ao cinema, ao teatro. Cantar desafinado, calcular as palavras, fazer o café, ser menos confuso, não te mandar embora ao amanhecer, te oferecer um abrigo, um amigo, um alguém. Eu poderia ser menino e brincar de vez em quando, ser homem e te puxar pra perto quando fosse fugir, ser maduro e não te deixar ter vontade de fugir. Ser paciente, namorado, amante, marido. Eu poderia ser melhor, ser maior, ser orgulho. E gostaria de ser. Alguém que sabe amar sem machucar, que mereça esse seu olhar, que não tenha medo de se entregar. Alguém que mereça ter você.  

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


Dia 14.
De Repente

Você acorda cedo cinco dias por semana. Toma a mesma quantidade de café e sai dando um beijo de despedida em sua esposa. Dá uma carona pra sua filha até a escola. Trabalha até tarde pelo menos três desses cinco dias. Janta pizza duas vezes por semana. No sábado, você leva sua filha pro clube enquanto sua mulher dedica um tempo a si mesma no salão de beleza. No domingo joga futebol com os amigos da faculdade e visita seus pais na cidade vizinha.
De repente tudo muda de lugar. Vira de ponta cabeça. Dá a volta e revolta. Seus cabelos estão voando contra o vento porque você passa a remar contra a maré. Sua mulher está grávida, é um menino. Você começa a trabalhar um pouco mais para garantir o conforto de mais um sem abrir mão dos demais. Seus dias até tarde no trabalho passam a ser todos os da semana. Você passou a trabalhar no sábado também e não leva mais sua filha ao clube, ela agora vai com a mãe da melhor amiga. Seu filho nasceu com problema respiratório e terá de ser tratado. Você gasta e tem que repor esse dinheiro. Você não repara que não dá mais atenção à sua filha. Você passa a trabalhar em casa também. Sua mulher implora por atenção. Você não reparou que ela chora de vez em quando. Seu filho aprendeu a andar, a falar, mas você não consegue acompanhar. Sua filha agora vive na casa das amigas, mas você tá ocupado demais pra perceber. Sua mulher agora chora todos os dias porque tem que lidar com tudo sozinha.
De repente sua vida tomou rumos nunca antes calculados. Você se encontra na porta do Café em que você ia com seu avô aos domingos, mas está indo lá agora porque não vai dar tempo chegar em casa pro almoço. Você não se lembra que ele contou que nesse Café pediu a sua vó em casamento nem lembra que, seguindo o exemplo, aí você pediu a filha da vizinha em namoro, que agora é sua esposa. Você nem percebe que seus modos mudaram e seus costumes se transformaram. Aquela sua mania de pentear os cabelos pra trás deu lugar ao corte baixo e estilo despenteado porque é muito mais prático. Você não carrega mais a foto da sua família na carteira porque desde que seu trabalho triplicou você é obrigado a carregar diversos cartões de clientes e a foto tomava muito espaço. Você não percebeu que sua mulher guardou o porta-retratos da sala na gaveta há meses porque você não se dá mais o trabalho de observar como ela estava linda no dia de seu casamento. Você não percebeu que sua filha começou a namorar um menino quase 10 anos mais velho e que a comida está com menos sal desde que sua esposa descobriu a pressão alta porque você não para mais pra comer em casa e nem notou os exames que ela deixou propositalmente em cima da cama. De repente seus olhos andam vermelhos porque o trabalho tem tomado o seu horário de sono. Sua imagem no espelho reflete o homem velho e cansado que você sempre temeu ser. Seu pijama preferido ficou abandonado no guarda-roupa porque não há mais tempo de se vestir para dormir. Seus caminhos começam a te levar para um lugar onde você se transforma naquilo que sempre desprezou. Seu filho demonstra rebeldia a cada dia que passa e sua filha namora como adulta. Sua mulher chora nitidamente, você nota, mas finge que não. Não tem tempo pra isso.
De repente você não se lembra mais qual foi a última música que ouviu prestando atenção, tudo ficou maquinado e automático, inclusive aquilo que lhe agrada. Você volta atrás em suas promessas e passa a tratar com grosseria qualquer um que atrase seus planos. Você brigou com seu filho quando ele ofereceu ajuda em seu trabalho. Você demitiu sua secretária porque ela te atrapalhou lembrando do seu aniversário de casamento. Você brigou com seus pais porque eles te ligaram cobrando uma visita que não acontecia há anos. Você ignorou o pedido de viagem de férias de sua filha. Você banca o idiota com tudo e todos, porque você é o dono da razão e ninguém tem o direito de discordar. De repente sua mulher pede o divórcio e você a acusa de ter um amante e de abandoná-lo em seu momento de necessidade, quando você nem ao menos olhou pro lado pra ver quem realmente precisava de ajuda. Você ignorou todos os pedidos de socorro porque no seu mundo não cabe fraquezas. Você deu seu sangue no trabalho pra dar o notebook de última geração de presente de 15 anos pra sua filha e não percebeu que o que ela queria era que você largasse os papéis por 10 minutos pra dançar valsa com ela na sua festa de debutante. Sua mulher saiu de casa. Os documentos do divórcio ficaram em cima da mesa do escritório, a única maneira de você os encontrar. Você os jogou fora. Você os rasgou. Você tá chorando como se o mundo estive a ponto do fim. Parece que seu chão está desabando sob seus pés. Você não quer perder sua família. Tudo o que fez foi para o bem de todos, você repete isso em voz alta como se uma força maior fosse te ouvir e puxar todos de volta a você. Você tá ajoelhado no chão do escritório implorando por ajuda. Você parece mais humano agora.
De repente você tá na mesa do bar mais vagabundo do bairro se embebedando sem saber o que fazer daí pra frente. Você não compareceu à audiência e perdeu a guarda das crianças. Sua ex-mulher está namorando com um amigo de infância. Sua filha tá grávida aos 16. Seu filho tá chorando na porta de sua casa. Você falta ao trabalho por três dias seguidos. Você perde o emprego. Você perde as rédeas da própria vida. Você perde o caminho. Você não se reconhece. Você não se lembra de quando sua vida começou a acabar.
De repente você percebe que o mundo deu tantas voltas que você sente náuseas cada vez que olha pra cima. Você parece tentar se reerguer. Você conseguiu um novo trabalho. Você visita seus filhos uma vez por semana. Você reparou o quanto sua ex-mulher ficou bonita com o novo corte de cabelo. Você percebeu que sua filha tá sorrindo com um bebê no colo, mas você não se lembra do nome dele porque nunca se deu o trabalho de perguntar. Você percebeu que ainda dá tempo de alguma coisa ser feita. Você passa a andar de bicicleta com seu filho, pega seu neto no colo pela primeira vez, elogia o modo como sua filhinha cresceu, elogia sua ex-mulher, age como um homem. Mas você ainda chora e chora nos ombros de seu filho caçula. Você sente saudade de sua família. Você sente saudade da sua vida. Mas não dá mais pra voltar. A vida de todo mundo continuou, a sua deve ser do mesmo modo. É o curso natural da coisa. Você perdeu muita coisa por conta de seus erros. A única coisa que você não perdeu na vida, é o meu orgulho ao te chamar de pai.